O passo a passo da morte

SÃO PAULO | É bem possível, e compreensivelmente, que ninguém no mundo deva ter relatado o que aconteceu em pista naquelas 12 voltas do oval de Las Vegas no último domingo, até porque a corrida deixou de existir para os fins estatísticos da Indy face o passamento de Dan Wheldon. Da mesma forma, compreender um acidente em que 15 carros são envolvidos e a maioria é destroçada em segundos não é tarefa para se fazer num estalar de dedos e com pressa. As muitas câmeras da transmissão evidentemente ajudam, mas o cenário de destruição foi tamanho que outros recursos, como fotos de agências e até mesmo dedução, têm de ser aplicados para minuciar os detalhes.

Mergulhei nas imagens para analisar a origem da morte daquele que foi o protagonista do fim de semana, inicialmente designado para uma tarefa com uma meta multimilionária e que acabou pagando o preço com sua vida por um conjunto de fatores que mais para frente deve ser amplamente debatido pela categoria e suas principais peças. O que se conclui é que o então 24º colocado da prova em Vegas morreu em virtude de um pequeníssimo choque entre o nono e o 11º.

Todo este trabalho, com frames, imagens e vídeos, está lá no Grande Prêmio. Creio que ajuda a explicar a morte que é ainda inexplicável para muitos.

Comentários

  • Infelizmente, numa categoria que apenas 2, 3 ou 4 equipes comandam o grid, as vitórias, o podium, a atenção, concentram o dinheiro e os melhores pilotos, quem não fizer parte deste grupo, acaba se arriscando mais par aprovar algo ou simplesmente por não ter talento mesmo….

    Infelizmente, esse desiquilibrio faz com que muitos cometam erros na pilotagem.

    No acidente do Wheldon, estranhamente a sua câmera ou mesmo o sinal de rádio não foram publicados, mas do primeiro toque até o voo do carro dele, passam algo de 1 a 2 segundos, um tempo crucial para que o rádio comunique ou o Spotter anuncie o acidente.

    Faltou também uma comunicação visual, não só com bandeiras, mas com luzes ao lado da pista, na traseira dos carros, avisando de alguma forma os pilotos que vinham atrás….

    Tudo bem que na velocidade que estavam não havia o que ser feito, então vai se culpar quem, os freios que não funcionaram, a comunicação, os pilotos, tem algumas coisas que podemos encaixar na s fatalidades, mas acho que nestes acidentes deve-se aprender alguma coisa….

    A pista continua lá, ninguém vai mudá-la (eu acho), então deve-se mudar o comportamento dos pilotos ou melhorar a segurança dos carros.

    Colocar um segundo santo antonio, um santo antonio que se encaixe bem rente e logo acima a cabeça do piloto, podendo ser retrátio, assim que o piloto for afivelado, este santo antonio se move para acima da cabeça, de modo que o piloto não bata a cabeça em nada ou que seja atingido quando capotar….

    Além disso, no novo projeto do carro da indy, as rodas traseiras vão ficar semi-cobertas, evitando que as rodas de carros diferentes provoquem um capotamento como ocorreu.

  • Traduzindo

    Vitor Meira nao tem culiao necessario para pilotar a 300 km/h e resolveu freiar, com isso a merda foi feita.

    Se acho que ele fez errado?

    Nao, acredito que qualquer outro piloto mediano teria feito igual. Mas esta na hora de aposentar.

  • Fatalidade! Não tem que achar culpados, foi e sempre será uma fatalidade a 370KM quem esta la sabe do risco de morte,é que nós ficamos indignados sempre que acontece uma morte e do jovem Henri Surtees em Brands Hatch? azarão um pneu voou e pegou ele. e dai a culpa é do piloto que perdeu o pneu? ou do jovem Surtes que vinha correndo logo atras?
    Vai com Deus Dan.Vai com Deus Henrri.

    • Fatalidade, claro – mas não confunda as coisas. Ninguém teve “culpa”, mas o acidente teve suas causas, e não ir atrás das causas não é uma opção.

  • Victor,

    Li a segunda parte da reportagem agora… o último vídeo ajuda um pouco a ver o que aconteceu: o “azar” do Wheldon foi o carro ter batido no muro / alambrado do lado da cabeça dele… o santantônio do carro dele deve ter sido “amassado” com o impacto.

    Agora, o Power nasceu de novo umas 4 ou 5 vezes durante aquele acidente.

  • Parabéns Victor pelo grande trabalho. Na hora, todos ficamos chocados pela violência das batidas, e acho que com a perda do Wheldon, poucos tentaram compreender o que aconteceu passo a passo nessa trágica volta 12 na pista de Vegas. Mas essa sequência de frames com os vídeos e as descrições facilitam demais o entendimento. Espero que essa próxima geração de carros da Indy evite que tragédias como essa voltem a acontecer.

  • É incrivel como certas coisas acontecem. No meu ponto de vista (posso estar errado) ele bateu muito rápido, parece que de “pé no fundo”. Será que não faltou de repente aquele grito do spotter no ouvido dele dizendo que havia um acidente a frente? Talvez não mudaria, ou talvez ele batendo sozinho no muro não morreria. Talvez, mas a verdade é que o destino quis assim. Deveria ter ficado em casa curtindo o milhãozinho ganho em Indianápolis. Vai saber…

    Em tempo:
    Feliz estão os organizadores, ou melhor, os desorganizadores da stockcar, pois graças ao acidente na indy, NADA ainda se falou nas quantas muitas cag*das que ocorreram neste final de semana em brasília.
    – Bandeira vermelha e depois soma de tempos?
    – Losacco tendo que sair do pódio?
    – Desclassificação e exclusão na Montana por defender a posição?
    – Exclusão por toque seguido de rodada, mas NÃO exclusão em toque seguido de capotagem?
    – Dois pesos e duas medidas continuam?

    aguardemos cenas dos próximos capítulos.

  • Victor,
    Todo mundo com a maior balela de que a categoria é perigosa, os carros são muitos rápidos, qualquer um pilota, e bla bla bla.

    O que acha da Indy proibir os pilotos de fazerem um terceira linha nesses ovais de 1,5 milhas. No primeiro frame há quase 4 carros numa mesma linha.

    Todo mundo questionando tudo, apenas vale lembrar que no Texas ainda esse ano, que é uma pista mais inclinada e também de 1,5 a prova 2 da rodada dupla não teve uma bandeira amarela sequer e tinham 30 carros na pista.

    • Acho que seu comentário é muito válido – principalmente se quiserem continuar correndo em ovais. Realmente não dá pra ter 3 ou 4 carros alinhados.

  • Vou guardar o link para dar uma olhada a noite em casa. Sim, nao vai mudar nada, mas gosto de analisar essas coisas. Talvez para testar um pouco da minha veia tecnica. Valeu!

    • Exatamente. Ninguém ainda falou nisso, mas o Power teve MUITA sorte, voou alto, se arrebentou no muro e uma das rodas do carro quase o atinge na cabeça

    • Esta é uma prova da segurança dos carros da categoria. Existem alguns pontos a ser melhorados, mas se perguntar aos pilotos, todos falarão que o Dallara salvou a vida deles pelo menos 1 vez.

  • Muito bacana a “reconstituição do acidente”…. Pergunto ao senhor…. Será que iremos ter o restante da camera onboard do Dan Wheldon? Ou irá acontecer o que aconteceu no caso do Senna??

    • Acho que agente não precisa disso nesse caso. Está bem claro que ele foi lançado ao ar depois de acertar o bolo de Meira+Kimball+Viso. O caso do Senna é totalmente diferente, ele saiu da pista sem tocar ninguém.