O que fica da Seletiva

REGISTRO | Fim das atividades aqui no kartódromo, e Felipe Guimarães ganha, mais do que a Seletiva, um respiro para sua carreira no exterior. O cara foi bom ao extremo: liderou todas as voltas de todas as corridas, feito só alcançado uma vez por Rafael Daniel.

O prêmio de R$ 110 mil “não representa nem 20%” do que ele precisa para voltar a correr na Europa, seu sonho e obstinação. Aos 20, o piloto nascido em Goiás, mas radicado em Brasília, disputou cinco temporadas por campeonatos diferentes no Velho Continente, além de três provas na Indy Lights. Tem como mentor mais do que intelectual Emerson Fittipaldi, seu chefe na defunta A1GP — categoria onde Guimarães mais aprendeu. Fiz uma entrevista com ele, que vai ao ar na próxima Revista Warm Up.

Felipe é um cara centrado e de eloquência, apesar de ter abandonado os estudos desde pequeno para dedicar-se ao automobilismo. Teve muito tempo para pensar na frustração de abandonar sua meta e voltar ao Brasil para correr de kart. Não que a Seletiva seja a salvação, mas a conquista vai fazê-lo sentar com Emerson para definir os rumos.

O que fica daqui são duas coisas: há muitos bons pilotos em formação, enfim, e iniciativas como esta da Petrobras, que tem em Dennis Dirani o maior cronometrista manual da história, vindas de gente séria, como Binho e Paulo Carcasci, são vitais para a manutenção da base. Gabriel Casagrande e Lucas Nogueira são gratíssimas surpresas. Felipe Fraga já tem um caminho a trilhar lá fora. André Pedralli, que dependia do prêmio aqui para sua participação na F-Futuro em 2012, também é outro a ser observado. Fábio Raupp também é para ser observado.

Na outra mão, é lastimável que Jonathan Louis, que me parece igualmente bom, tenha se exaltado, para não dizer ter dado piti, apoiado por seu pai, com dedo em riste, ameaças e acusações. No Brasil, em qualquer esporte, não há a consciência de se saber perder. No dia que Louis, e principalmente seu pai, entenderem isso, a carreira dele e a cabeça deslancham.

 

Comentários

  • quando se tem 20 anos e com experiencia,correr com quem tem 15 facilita bastante…
    pq tomo um pau no brasileiro?
    suzuki levou,ok..
    mas foi suado..
    abracos!

  • isso mostra que a nova geracao esta despreparada e arrogante,eh soh dar uma volta por algum kartodromo q se ve..a maioria corre pq o pai gosta,vivem fazem pose e manha..nao se parecem em nada com pilotos de verdade..
    essa mulecada de hj nao suja a roupinha importada,nao come marmita em box,nao dorme em qualque lugar e etc..
    eles estao apenas ali para se divertirem,gastarem o dinheiro dos pais frustrados e serem os herois da escola..
    eh triste a nossa realidade..

  • Tenho pouco a acrescentar, conheço muito bem a maioria deles . Fica também o registro do óbvio, Felipe Guimarães é um excelente piloto, de uma ou duas gerações anteriores aos demais, e isto prova o quanto estas novas gerações de pilotos formadas pelo caos do kartismo brasileiro atual são deficientes. Não é normal um piloto que estava praticamente afastado do kart chegar lá e dar uma Surra (com “S”maiúsculo) nos demais.
    Também serve de lição para alguns que se acham demais e que ao se depararem com pilotos notadamente superiores sequer conseguem oferecer resistência.
    Alguns desses, falam muito e fazem pouco e usam o Twitter para divulgar feitos sem importância nenhuma a não ser para os próprios egos.
    Quanto ao “piti” do Louis….. bem, isso prova o quanto esta enganado, iludido, e mal orientado.
    Mas outros também estão, mas conseguem controlar os “pitis”.