Brasilândia, 17

INTERLAGOS | É o último post, este, direto de Interlagos. Enfim, terminou a mais longa temporada da F1, a que chegou mais longe no ano para todos nós. Um ano que, na pista, começou arrasador em termos de emoções, mas que, tão logo todo mundo tomou mão das novidades (DRS e pneus Pirelli), o negócio voltou a ser o que era.

Vettel e Red Bull formaram uma aliança perfeita. Aqui mesmo isso foi demonstrado. Não fosse a encenação que faria inveja a Paulo Autran e Fernanda Montenegro, o alemão ganharia com um pé nas costas a corrida de hoje. Pisaria ainda mais em Webber, cuja vitória não apaga o campeonato abaixo da crítica para quem tem um canhão nas mãos.

Button e Alonso fizeram excelentes campeonatos. O Jenson de 2011 é melhor que o campeão de 2009. Aquela vitória no Canadá foi de encher os olhos. Alonso também fez o máximo que podia com um carro bem limitado. Mas uma campanha de 11 pódios, sendo um deles no lugar mais alto, demonstra que o espanhol é um dos melhores.

Hamilton só precisa colocar a cabeça no lugar. O abraço em Massa depois da corrida de hoje para eliminar as indiferenças é um indicativo de que, pelo menos, Lewis refletiu as coisas que fez (mal) no ano. E Felipe, coitado… o bom de Massa é que se trata de um cara transparente. O ano foi péssimo, e ele nunca escondeu. O ano tem de ser cancelado, e ele vai e fala. A imprensa e a torcida cagam em sua cabeça, e sua cabeça se mantém firme — e não arquiteta vinganças ou permite mágoas. Enquanto piloto, Massa terá de ser Massa² em 2012 pelo menos. Para não ter de viver a agonia pela qual passa Barrichello.

Rubens completou 19 temporadas e está mais longe do que perto de fazer a 20ª. Todos os colegas expressam publicamente o desejo de compartilhar com ele mais uma temporada, mas não é prioridade nem na Williams nem na Lotus. Barrichello mantém a esperança de arrumar um lugarzinho na F1 e preferiu o risco grande de enfrentar a incerteza do futuro a ter de aceitar a derrota com a celebração devida pelo ponto final.

E tem Senna, que apareceu bem em algumas ocasiões e também vive a mesma agonia de Barrichello. Bruno é outro que não camufla a realidade, e isso é um ponto altamente favorável e apreciável, só que precisava ter feito mais. Em alguns momentos, o erro partiu dele; noutros, a Lotus Renault e seu carro não contribuíram. Hoje,  particularmente, tomou uma punição que, como tantas outras em outros tempos, seria considerada absolutamente como incidente de corrida, só que a FIA e seus comissários tem apresentado uma rigidez de internato. Senna precisa ser avaliado uma temporada inteira. Aí, sim, será mais justo notar do que ele é capaz.

O carro-chefe acabou, e nos resta agora acompanhar a movimentação do mercado e preparar o terreno para 2012. Nós aqui em casa nova, e oxalá parte do que planejamos dê certo para que seja mantido esse padrão de cobertura que aplicamos ao longo destes últimos quatro dias.

Fiquei extremamente orgulhoso do trabalho feito este ano pela equipe, que teve as estreias ‘in loco’ da demitida Evelyn Guimarães e do faminto Fernando Silva. Nem parecia que era a primeira vez; tiraram de letra. Foram lá, entrevistaram meio mundo, trouxeram informações, fecharam a sala de imprensa em alguns dias, correram pra lá e pra cá. Dois monstros desta nova geração do jornalismo, ainda que sejam velhacos. Não posso dizer o mesmo de Flavio Gomes, mas ele está no caminho. Um dia há de aprender.

E também devo exaltar o grande apoio da retaguarda, feito pelo Felipe Giacomelli, pela Juliana Tesser e pelo Mauro de Bias, outros três fantásticos membros de grupo novo de gente competente — bem restrito, pena — que surgiu e que faz parte do nosso time. Foram três guerreiros prestativos do terceiro milênio. Acho que alguém já falou algo parecido por aí, não sei bem.

Enfim, a lojinha está fechando por aqui em Interlagos, e parte do povo nos espera no bar para comemorar o sucesso e a vida, junto com o pessoal da Estadão/ESPN, que deu um banho de cobertura no rádio neste debute. Everaldo Marques, Conrado Giulietti, Tonhão Strini, o prata da casa Thiago Arantes, José Renato Ambrósio e Julio Gomes, praticamente parceiros de cobertura e grandes amigos.

No ano que vem, voltaremos. E mais fortes. Podem cobrar.

 

 

Comentários

  • Victor, vocês são foda! Sou extremamente dependente do Grande Prêmio e seus “agregados”. Parabéns pelo trabalho realizado esse ano. Ano que vem tem mais e espero sinceramente um caminho positivo no automobilismo brasileiro, partindo daqui do Brasil, da base, do kart e de categorias escola que deveriam existir. CBA para de traquinagem!

  • Parabéns pela cobertura Victor, sou cada vez mais fã de toda equipe warm up.

    “Nós aqui em casa nova, e oxalá parte do que planejamos dê certo para que seja mantido esse padrão de cobertura que aplicamos ao longo destes últimos quatro dias.”

    Mais coberturas “in loco” na próxima temporada?

    “E também devo exaltar o grande apoio da retaguarda, feito pelo Felipe Giacomelli, pela Juliana Tesser e pelo Mauro de Bias, outros três fantásticos membros de grupo novo de gente competente — bem restrito, pena — que surgiu e que faz parte do nosso time.”

    Haverá novo grande estagiário?

    abs

  • “aquela vitória do Button no Canadá foi de encher os olhos”? O cara fez barbeiragem quando estava sendo ultrapassado pelo Hamilton e depois Alonso e tirou os dois da prova, aí fica fácil.
    Excepcional temporada de Fernando Alonso que como no ano passado disputou vitórias com seu carro inferior ao dos adversários.
    Boa temporada de Vettel e Button foi razoavelmente bem para alguém que teve um carro competitivo desde o início da temporada.
    Ruim temporada do Massa e péssima do Webber.
    Parabens Fernando Alonso!