O rali de amigo secreto

SÃO PAULO | Neste momento em que escrevo, ainda não acabou o Rally de São Paulo, que tem Barrichello como organizador, mas percebo que o evento, se quiser ter vida longa, vai ter de ser bem repensado. Amanhã, ou depois que o ano virar, o piloto e seus sócios nesta empreitada deveriam sentar e apontar os muitos erros deste desafio de campeões. Pelo Twitter, perguntei o que o povo tinha achado. Algumas respostas:

@PauloTohme: bosta, sério. Pista ruim, carros idem. Tudo em primeira marcha.

@luirmiranda: achei que a pista ficou travada demais… Mas está bem legal de assistir!

@ademir710: Uma farsa.

@joaobljr: acho que concorreu com o Santos, o handebol, o último domingo antes do Natal e a falta de divulgação. até o handebol teve mais público!

@minatelk: parece que ninguém foi ver o evento.

O amigo Anderson Giorge, do Terra, matou uma das questões. “Foi feito de forma muito acelerada e atabalhoada”. O Luis Tucci completou: “Foi feito em cima da hora e não teve a divulgação que merecia. O Bruno Valle, que foi ontem, criticou: “Os horários foram inexistentes. Um desrespeito ao público, desencabei de ir hoje”, e o Wilmor Henrique foi na mesma linha: “Tem que perguntar também se eles queriam que alguém fosse. Talvez a grana do pratocínio e os baba-ovo de sempre bastassem”. Isso porque as arquibancadas estavam absolutamente vazias.

O Pablo Peralta mencionou o preço, e é claro que isso contribuiu: 120 dinheiros nacionais são extremamente salgados para um programa que faz sua estreia. O público só tomou conhecimento do Rally de São Paulo a partir do GP do Brasil, ou seja, foram apenas três semanas para que tudo se aprontasse. Confesso não ter visto nenhuma divulgação ou propaganda. Não tiveram a alma do negócio. O Felipe Mazorca até deu a ideia: “O Luciano Huck deveria ter vendido entrada no site de compra coletiva…”

Até o Luiz Sergio Santos, o popular Zé, que é primo de Barrichello, acredita que deste jeito o negócio não vai e deu duas ideias: trocar por carros 4×4 e fazer em duplas.

Ainda, me informam as repórteres Evelyn Guimarães e Juliana Tesser que não se tinha informação de nada. Ontem à noite, às 10, ninguém sabia que hora terminaria. Nem cronometragem funcionava.

Assim, um evento mal promovido, caro para o público, com carros que não são de rali, numa pista nada apropriada e um formato de competição errado. Some-se a isso ao temporal que transformou tudo num lamaçal. É uma patacoada e um fiasco. Organizar algo deste tipo e ter a iniciativa é louvável, mas requer um estudo profundo, e faz-se completamente necessário pensar nos pormenores. Não é simplesmente fazer às pressas por fazer. Porque ninguém vai ver e ninguém quer ver. Vira só um negócio corporativo para os amigos e astros de calibre duvidoso.

Quase uma brincadeira de fim de ano que faz parte de um Amigo Secreto.

Comentários

  • Ôpa… ó eu no texto ali em cima! hehehe…

    Como twitter tem apenas 140 caracteres, e só hoje voltei de viagem, explico melhor: cabe lembrar que o evento do Rubinho foi lançado uma semana depois do GP do Brasil (27/11) e aconteceu no dia 18/12. Ou seja, cerca de 15 dias entre anúncio e realização – e nesse meio tempo ainda tinha que promover o evento, vender ingresso, fazer a pista, mandar release…

    Eu até teria interesse em ir. Porém, morando a 180 km de SP, tendo apenas 15 dias para me planejar, não dava pra ir. Sem mencionar que já tinha viagem marcada para a data. Quantos não foram, talvez até pelo mesmo motivo?

    Organizar e promover um evento que precisa nascer bem para se firmar, tendo apenas 15 dias para trabalhar, é loucura. Era melhor não fazer.

    Organizar evento não é brincadeira. E se for pra fazer, faça bem feito.

  • Sinceramente, já que o final de ano é para confraternização à base de Kart, kart em Floripa do Massa, Kart do Beto Carreiro, por que não o Rubinho também não ajusta esta encrenca para o Kart Cross, sim, aqueles que andam no Campeonato de Velocidade na Terra com motores de moto, seria bastante interessante principalmente para a extensão da pista que é de 1000 metros. Carrinhos pequenos e velozes adaptados ao traçado de terra. Seria um Show.

  • Na SP Indy 300 estão sendo vendido ingressos de 100 reais, pense e compare, 120 paus só pra ver uma corridinha de celebridades e frescuras bem mau organizado, to fora!!!!

  • O que o pessoal mencionou me pareceu tudo relevante.
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    Ingressos caros, pouca informação, fim-de-semana pré Natal, carros inadequados, pista inadequada, porém, algo que acho muito importante ressaltar e não vi alguém comentar: Este fim-de-semana teve rodada dupla do Itaipava GT Brasil junto com o Mercedes Grand Challenge em Interlagos, com ingressos em R$ 35,00, ou seja, tínhamos carros de verdade, pista de verdade, horário definido, tv/site transmitindo, grande patrocinador, disputa de verdade e preço justo de ingresso, logo, quem gosta de ver corridas e grandes carros foi para Interlagos, enquanto quem gosta de ver ricos, famosos, celebridades, pessoas bonitas, falsidade em geral e afins foi para o Rally do Rubinho ou pro Shopping Iguatemi, Shopping Cidade Jardim, Shopping Ibirapuera, etc etc etc…
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    Abraços

  • Muito melhor se o Rubinho tivesse feito algo de construtivo pro “automobilismo nacional” (No sentido de incentivo), no caso o Kartismo, talvez um evento com os melhores “moleques” do ano no kart ncional, mesclados aos mais experientes kartistas (Jimenez, Dirani, Russo, etc) e pilotos experientes (Kanaan, Barrichello, Helio, etc) na Granja Viana ou em Aldeia da Serra, seria muito melhor e sim, seria um desafio das estrelas e não um desafio de estrelas.

  • Preferiría que apoyen este tipo de iniciativas. Preferiría que digan “que lástima que esta carrera de estrellas no haya convocado público, ojalá que el próximo año se convierta en un espectáculo al nivel de la Carrera de Campeones, el DTM Showevent de Múnich y el Master de Pilotos de Buenos Aires”.

    • Victor, boa tarde,
      O Rubinho começou bem sua carreira pós-F1 (eu acho). A começar pelo refugo dos carros da Mini Challenge como o Flavio escreveu em seu blog. Não tinha nada a ver com o tipo de corrida…
      Quanto ao Gringo que escreveu acima, não fala de Buenos Aires e seu automobilismo pois eles são mais imprudentes que “nos otros” e a última morte que teve nas Carreteiras foi um verdadeiro crime, onde ninguem freiou com um carro parado na pista. Carro não, lata de sardinha…

  • Concordo com tudo que foi escrito…mas dá pra mudar isso, me lembro do primeiro Desafio das Estrelas de kart que o Massa fez, teve que chamar uns pilotos de kart para completar o grid..não foi bem organizado mas hoje é um sucesso na região que ele levou (o primeiro se não estou equivocado foi em Itu-SP)…A ideia é excelente (na verdade ideia não, cópia do RoC) mas acho que, se mudarem tudo, ano que vem tem tudo pra ser sucesso..vamos esperar…

  • Acho que o Rally foi só num dia péssimo…

    hoje de manhã teve Santos…

    a essa hora já tem gente lá no Pacaembu vendo o jogo que antecede a final Brasil x Dinamarca… é o último domingo antes do Natal, muita gente tb foi fazer compra, nem teve divulgação assim.

    Mas como o próprio BArrichello falou…é um ano de aprendizado. É uma boa iniciativa… mas podiam ter vindo pra Brasilia…iria lotar… já que aqui a gente quase não tem esse tipo de evento.

    • Bela iniciativa, realmente é um ano de aprendizado…tipo…rally, com pilotos de monoposto, bela iniciativa, vai AGREGAR MUITO pro automobilismo nacional…

  • No aguardo do primeiro ignóbil que irá apontar esse texto como “uma crítica infundada a quem tenta levantar o automobilismo no país”, de forma que utilize adjetivos exagerados e enxergue totalmente ao contrário do que o Martins quis dizer. Vamos lá.