Tempo e dinheiro

SÃO PAULO | Tempo é dinheiro, diria a poetisa Evelyn Guimarães ao verter um mojito, e esta relação é perfeitamente aplicável a Barrichello para que a transição para a Indy seja realizada. Neste período de uma semana depois do teste em Sebring, o brasileiro iniciou uma série de reuniões para levantar o montante que precisa para levar à KV e saber como é o relacionamento de bastidores da categoria em território local.

A pouco mais de um mês e meio do início da temporada, Barrichello ouviu da KV de que precisa de 3 milhões de obamas para correr — situação semelhante à vivida por Kanaan no ano passado, no afã da quebra do acordo com a equipe de Gil de Ferran; aliás, Tony ainda precisa fechar seu orçamento, com cerca de metade das cifras antes mencionadas. Tão logo terminou de experimentar o DW12 na Flórida, Rubens veio para o Brasil engajado nesta meta porque quer a Indy para sua vida — como confirmou ontem no programa ‘Jogo Aberto’, da Bandeirantes.

Na emissora paulista, aliás, foi conversar com a cúpula e os diretores responsáveis pela parte esportiva para entender como se dá a divulgação e o que pode oferecer nas empresas com as quais conversa para convencê-las a apoiá-lo.

Fosse na F1, Barrichello teria o apoio da BMC (Brasil Máquinas), representante da Hyundai. Não é o caso na Indy. A empresa não tem interesse no mercado americano e havia crescido os olhos no principal campeonato do mundo principalmente por causa do GP da Coreia. Mas Rubens tem lá seus contatos bem feitos com Nestlé e Itaipava — que copatrocinaram a etapa do Anhembi no ano passado — e a Locaweb, que o apoiou nas últimas provas que fez pela Williams.

Se a conta fechar, Barrichello liga, manda um telegrama ou uma carta de amor para Jimmy Vasser apresentando-se como novo membro do time, e aí todo um procedimento começa a ser (re)feito: o de avisar à Dallara para que um novo chassi seja construído, tal como a Chevrolet para encomenda de um novo motor, algo que deve consumir uns 20 dias. Como a KV já tinha três carros no ano passado, a tarefa de formar um novo grupo de mecânicos e engenheiros não é das mais complicadas.

Grande responsável pela guinada na carreira de Rubens, Kanaan só não vai abrir mão de uma coisa para o amigo: o número do carro. Já estava definido há algum tempo que Tony vai voltar usar o 11, coincidentemente o de sorte de Barrichello, que vai correr com o número 8 se as coisas derem certo.

Comentários

  • Uma coisa que pode ajudar o Rubens é que a Itaipava e a Nestlé voltarão a ser title sponsor na etapa da Indy aqui no Brasil. No Twitter e Facebook da SP Indy 300. Já tem imagens com o logo da “Itaipava São Paulo Indy 300 presented by Nestlé” (no Brasil apenas “Itaipava São Paulo Indy 300 Nestlé”).

    • Legal!
      Então pelo menos a etapa brasileira é garantida que ele corre! Devem estar só acertando as bases pra tentar a temporada toda (incluindo os ovais, se a Silvana deixar #DeixaSilvana)

  • Prezado Victor,
    Fico contente que algumas das informações que levantei e que tinha passado estão fazendo sentido…
    Acho que, se tudo der certo, a grande informação foi da Nestle, pois o Barrica foi lá na semana do GP Brasil e eles falaram que bancariam na Indy e não na F1…
    Confesso que “minha fonte” falou também da Petrópolis mas não botei fé pois como eles estão deixando a GT3 achei que não iriam deixar o automobilismo.
    Mas tenho outra informação – a Locaweb, se patrocinar, será apenas no capacete do Barrica, não seria como patrocinio da KV e sim patrocínio pessoal.
    Abraços,
    Marcelo

  • Rubens vai conseguir. Pelo menos da Nestle e Itaipava ele consegue. Mas um detalhe: o numero 5 era de Takuma Sato ano passadoe o 8 era do Viso. Sendo assim, nao era pro Rubinho ficar com o 5 mesmo?

  • Piloto pagante. Todos são no fim das contas, só se distinguem em se ele próprio tem que correr atrás do patrocínio ou não.
    Alguém lembra que a santander banca o Alonso na Ferrari a ponto de dar um potapé no Kimi e de pagar uma multa milionária além de outro salário milionario para o proprio Alonso. Alonso não iria para Ferrari se tivesse uma Caras(mesmo de cor vermelha) como patrocinador da ferrari.
    Se o time for forte seu nome ja chama bastante atenção para um investidor depositar sua grana e sobra para poder contratar qualquer piloto.
    Agora se o time não é lá essas cocas todas algum investidor precisa bancar a despesa com o piloto. Nesse caso quanto mais o piloto conseguir patrocinadores para ele e o time, mais garantido ele está.
    Como disse, só se diferem se é ativo ou passivo o patrocínio, se o nome piloto ou time valem por si só um bom investimento dessas empresas.

    • Na verdade no automobilismo americano todo piloto é de certa forma pagante mesmo quando não carrega patrocinio. Mesmo nos poucos casos em que o patrocinio do carro independe do piloto, o patrocinador costuma ter algum poder sobre quem termina com a vaga.

      • E quem sustenta o Santander espanhol é o Santander brasileiro. Portanto, tirem a bufunfa de lá que a Se Ferrari fica sem condições de pagar o espanhol!

  • Tomara que dê. Já comprei meu ingresso pra etapa de SP.
    Chego na sexta – se a TAM deixar – pra dar uma passadia na sta efigênia e depois ouvir um samba no bar da brahma com a namorada. hospedarei-me no maravilhoso “hotel” Formula 1 da 9 de julho, perto do Itaim. 140,00 a diária.

    Victal, qual outro bar legal posso ir em São Paulo que não me custe 3 milhões de dilmas?

  • “Barrichello liga, manda um telegrama ou uma carta de amor para Jimmy Vasser”
    Infame sua piada exaltassâmbica, Vitão!!!

    Mas o post foi ótimo! Sempre com as informações em primeira mão!