Weissfudden

SÃO PAULO | Era pule de dez, mais uma vez, a pole do atual melhor carro da F1, mas o favoritão era Rosberg, até por correr em casa, com torcida e tudo mais. Só que, agora na condição de equipe de ponta, a Mercedes cometeu seu primeiro grande pecado: a soberba de achar que os demais não melhorariam seus tempos, deixando Nico nos pits pronto para o Q3 do qual não participou. “Fiquei em choque”, disse, oh!, chocado. É, filhão, das rapaduren ist nicht molen, e largar em 11º pelo menos vai dar a demonstração do que é capaz este carro prateado.

E pensar que em Barcelona, cinco corridas atrás, a Mercedes lutava para não ir escada abaixo…

Hamilton ficou com uma pole que até não lhe parecia próxima, vide o fim de semana que vinha tendo. Levemente mal nos treinos, sempre andou pior que o companheiro e, sobretudo, as Red Bull. Até dava para Vettel a primeira colocação desta vez, mas um mau primeiro setor em sua última volta minou suas chances. A diferença foi de 0s12. Como na Inglaterra, a disputa vai ser ferrenha entre os taurinos e os mercedianos, e novamente Webber deve ser posto neste caldeirão – nada como a liberdade para soltar um piloto.

Não parece que Räikkönen, quarto, tenha ritmo suficiente para acompanhar os rivais da frente. Assim, o quinto, Grosjean, está eliminado automaticamente de qualquer chance. Ricciardo, este jovem ótimo, de novo se colocou bem no grid e parte em sexto. Se a Toro Rosso não fizer besteira como em Silverstone, há de conquistar o que eles chamam de “bons pontos”.

Bom, aí vem a Ferrari com sua tática diferenciada de treinar com os pneus médios, com Massa à frente de Alonso. O que, todos sabemos, não quer dizer nada na corrida. Certamente, os dois hão de estar em primeiro e segundo em um determinado momento da prova, já que todos os que vão à frente pararão antes para se livrar dos frágeis macios. Os produtos de faixa branca podem durar até 20 voltas sem perder sua eficiência, o que permite pensar que os macios só devem ser colocados no fim da corrida, nas voltas finais, com o carro mais leve. A estratégia até pode funcionar, mas demonstra que a equipe tem de partir para algo distinto para tentar camuflar o parco desempenho do carro. Junto com Rosberg, serão as atrações da prova.

Destaque negativo para a Force India, que não foi ao Q3, mas aparentemente por um erro aqui e ali. Di Resta e Sutil têm condições de escalarem o grid. Pena que vão perder tempo demais. Hülkenberg é que surpreendeu com esta Sauber horrorosa e eikebatistada, largando em nono.

Nürburgring geralmente tem boas provas, sobretudo por conta do mau tempo. Mas a previsão aponta que não vai chover, o que reserva para a freada da primeira curva após a largada a grande emoção. A possibilidade de uma bandeira amarela e confusão são grandes porque há três fatores que são preponderantes: Grosjean, Pérez e Maldonado. Se houver, é bem possível que aqueles que usam os pneus macios já parem para as trocas. O palpite vai de novo para Vettel, mordido pela ‘derrota’ da semana passada e, pelo que mostrou nos treinos, com uma Red Bull tinindo em ritmo de corrida.

Comentários

  • Estes erros da Mercedes me lembram a Ferrari do Schumacher, que ficava no pit, dava só uma volta e fazia a pole, ou seja, neguinho dava 40 voltas, fazia um baita tempo e vinha o alemão com uma volta e bastava. Coisa do Brawn, só que a Mercedes não é uma Ferrari e o Nico não é o Schumacher…rsrs

  • Victor, o Vettel não fez um mau 1º setor. Seu setup está visando melhor rendimento no 2º e 3º setores.
    Vettel ficou a 7 centésimos de seu melhor 1º setor, o que não mudaria em nada.
    Sua volta ideal seria 1’29.495, apenas 0,006 abaixo de sua real volta. E a volta ideal da Red Bull, seria 1’29.419.
    Creio que ele fez o que dava pra fazer.

    A corrida amanhã vai ser interessante. Estou curiosíssimo pra ver a 1ª curva na largada.

    Abs

  • Não sei se os dois Ferrari vão estar em primeiro e segundo em alguma parte da corrida como você disse. A estratégia da Ferrari é, a meu ver, errada, principalmente porque estamos falando desta chatérrima pista de Nurburgring. Duas zonas de DRS muito curtas quando comparadas com outras pistas. Não é fácil ultrapassar nesta pista e mesmo com o DRS é complicado. Aí é que a porca torce o rabo para a Ferrari, porque os médios são mais lentos cerca de 1,5s que os macios. O que a Ferrari conseguiu é que a zona curta de DRS, que não ajuda ninguém, seja suficiente para um piloto com macios passar pilotos com médios e relativamente fácil nesta zona. Alonso e Massa vão ficar muito vulneráveis aos que vêm de trás e podem perder muito tempo nas voltas iniciais e o maior problema é há uma grande chance de nunca estarem a menos de 1s de quem vai a sua frente. A Ferrari não rende bem com médios e macios, principalmente os macios. Sua praia é mais os duros e pistas com temperatura muito fria ou molhada. Acho que a Ferrari errou feio, mas vamos ver a corrida.