Weissfudden, 2

SÃO PAULO | Houve um momento da corrida na Alemanha em que pulou um comentário na TL do Twitter, creio, mais ou menos assim: “Imagina se Nürburgring fosse um circuito em que desse para se ultrapassar”. Enquanto a prova rolava, sem de fato muitas mudanças de posições, pensei a respeito. E apesar de até agora não chegar a uma conclusão definitiva sobre a afirmação, há um contexto embutido que permeia o momento da F1 e acaba diminuindo o que foi este GP, bastante tático e técnico.

Vettel conseguiu enfim ganhar em sua casa numa atuação soberba e conjunta com a Red Bull. Quando um piloto desce do carro extenuado e ao seu grupo, via rádio, diz que foi “tough”, considere que há algo a se elogiar. A vitória foi maiúscula mesmo sem Grosjean e Räikkönen tê-lo ameaçado efetuar a manobra de passagem. Porque ambos tentaram extrair o máximo de suas Lotus jogando com às estratégias, que se sobrepuseram as artificialidades criadas para tal. O público se habituou a ver tanta troca de lugar que, ao não vê-las, busca culpas, geralmente no circuito, sendo que até em Mônaco se obtém êxito com esse negócio de DRS e pneus chicletes.

O GP da Alemanha apresentou Vettel no ritmo que se esperava e a Lotus ocupando o lugar que parecia ser da Mercedes – que voltou a ser aquela a desabar. Grosjean foi o Rosberg da semana passada, comboiando o alemão e encostando até o momento em que a Marussia inventou uma nova forma de aparecer na TV para promover seus parcos patrocinadores. Bianchi não puxou o freio-de-mão e acionou o controle-remoto eficiente do carro que se pôs de ré na retona que leva à chicane final. Ali, Romain tinha a pinta de que partiria para cima do rival, mas os estratagemas de boxes acabaram igualados com as idas aos pits; Räikkönen e Alonso, idem.

Bom de relargada, Vettel foi abrindo uma diferença suficiente para mantê-lo confortável até o início do desgaste de seus pneus. Que não foi grande, até porque a Pirelli foi extremamente cautelosa neste fim de semana para não ter de ver borracha voar. Romain começou a caçar os décimos perdidos, mas seria insuficiente. Daí a Lotus deu o bote: o fez parar bem antes para girar rápido e tentar voltar à frente quando Vettel fosse aos pits. Só que a Red Bull foi tão esperta que minou a ação, trazendo seu piloto na volta seguinte.

Grosjean acabou sendo boi-de-piranha, afinal havia uma segunda opção para Lotus. Räikkönen foi andando num ritmo bom, mas não tão rápido quanto aqueles que vinham com pneus novos, só que prolongaria seu stint para colocar os macios e andar mais rápido nas voltas finais. Foi o que aconteceu, e Grosjean teve de ouvir de novo que “Kimi is faster than you” para abrir passagem e ver se seu companheiro partia para a vitória. Não deu. Talvez desse com duas ou três voltas mais? Não importa. As táticas estavam muito bem desenhadas para 60 giros; não cabem ilações. E tinha Alonso, também, em estratégia similar a do finlandês no fim. Mas nem o pódio o espanhol arrebatou. O fato é que os quatro andaram em seus ápices.

Hamilton foi quinto e sofreu para passar o ex-parça Button, na melhor exibição da McLaren no ano. Pérez terminou em oitavo, atrás de Webber, que fez um boliche com o pobre cinegrafista da FOM nos pits ao arrancar atabalhoadamente sem que o pneu traseiro direito estivesse preso. Mark, aliás, tem se especializado em fazer provas de recuperação. É a grande diversão deste australiano free. Rosberg, que não saiu da zona do desespero, foi nono, seguido por Hülkenberg, pilotaço, que tirou leite de pedra baratinha dessa Sauber – e aquela teoria de Nico na Lotus começa a ganhar contornos.

Bem, faltou Massa. Que assumiu o erro na quinta volta e tal. O desempenho de Felipe merece caso de estudo sério. É uma no cravo, outra na ferradura. E somados a alguns azares, tipo o de Silverstone, vai ficando pra trás, novamente com aquela pecha de segundão, que vai largar em sétimo e terminar em sexto, que não incomoda ninguém, que tem seu futuro ameaçado. O próprio falou disso hoje em Nürburgring ao Renan do Couto, em material que vai ao ar nesta segunda no Grande Prêmio. Fato é que não está resolvendo muito a Massa ficar na Ferrari. São quase cinco anos sem uma vitória ou uma pole. Daí a decidir mudar, vai dele. Ou da equipe em não o querer mais.

Vettel vai abrindo e abrindo e deixando a situação difícil para os demais. A Ferrari não tem condições de buscá-lo. A Mercedes, que parecia ter evoluído, vai ter de quebrar a cabeça de novo. A Lotus oscila muito, e Räikkönen precisaria encaixar uma sequência vitoriosa o mais rápido possível. Não vai acontecer. Sebastian chegou a um nível que é impossível vê-lo despencando. A Red Bull, idem. Para esse público que ainda se preocupa em ver se tal circuito é bom ou ruim, melhor começar a já pensar como vai ser 2014.

Comentários

  • Daqui a pouco, eles vão fazer um grid invertido, quem for para o q3 ou fizer a pole largarão nas últimas posições….rsrs

  • Prefiro uma corrida com todo mundo andando no limite do que uma corrida com muintas ultrapassagens nas todo mundo salvando pneus,conbustivel,motor, freio e a paciencia de que vê a corrida,o bom do Massa abandonar a corrida no inicio é obrigar o desesperado Galvao a prestar um pouco de atenção na corrida

  • Engraçado o Babão Bueno dando a entender que tava enviando MSN para o Massa para saber o que tinha acontecido e nada de resposta !!
    KKKKKKK como é idiota

  • Pelo jeito o automobilismo brasileiro vai ficar sem piloto na f1 ano que vem, para
    o desespero da globo . Vou torcer para o mito Koba se êle voltar.

  • Eu gostei demais da corrida. As voltas finais mostraram realmente como essa geração de pilotos é absurdamente boa. Tirando Grosjean, que é de lua (ou de cometa Halley), todos ali deram seu máximo.

    Achei que aquele SC iria ajudar o Alonso, mas na verdade o atrapalhou. Ali as estratégias foram zeradas (se bem que nem sei se ele conseguiria manter a estratégia inicial).

    O grande mérito de Vettel foi jamais ter permitido Kimi usar do DRS. Todos pilotaram muito mesmo.

    “Tough” resume esse ótimo GP.

  • Passou da hora da Ferrari dar uma chance ao Mito Kobayashi. Podiam muito bem efetivar nosso heroi nipônico já a partir da Hungria e ver como se desenvolve até o fim do ano. Se virar, fica em 2014, caso contrário boas opções não faltam (Hulkenberg, Di Resta, Sutil, Rosberg, Bianchi)

  • O Massa foi dar aquela pisadinha no assoalho para levantar a bunda para peidar, o problema é que estava com o pé no freio.

  • Belos comentários!

    A acrescentar, o pífio desempenho da Force India e da Toro Rosso, que com Ricciardo fez P6 no qualy e nem pontuou na corrida.

    Abs

  • Até o ano passado o problema do Massa era ser muito lento.
    Neste ano ele até tem tido momentos de bom ritmo, mas tem errado muito. Certamente levou um ultimato de que precisaria ser mais rápido neste ano. E o resultado está aí.

  • O Vettel vai se firmando como um virtual campeão. O Alonso vai ter que ser mais agressivo se quiser manter suas esperanças na luta pelo campeonato. O destino está dando esse recado há muito tempo para o Felipe Massa sair da Ferrari, mas ele se considera um xodó deles, só que subalterno! O Galvão Bueno está batendo o seu recorde de engolir mosca numa transmissão da F1!

    • O grande problema de Gagalvão Globoeno é que esta se esgotando o repertório de desculpas para os maus resultados de Mepassa,e até ele mesmo, apesar da sua arrogância,prepotência e falta de educação já deve estar se achando ridículo quando quer fazer supor que o seu pilotinho de estimação poderia ter um resultado melhor que o do Dick Espanhol.O falar é só dever de oficio para contentar PACHECADA.
      E meu caro Carlos,a agressividade do piloto limita-se ao que o carro pode render,sê o carro não permitir ,de nada adianta a pericia do piloto,e ninguém pode falar que Choronso não sabe extrair o máximo rendimento de um F1.