O STJD da F1

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SÃO PAULO | Vocês aí falando do STJD, Paulo Schmitt, sindicato dos padeiros de São Paulo, imbróglio, ação, emoção e tapetão, mal imaginam o que a F1 pode trazer de confusão no ano que vem com as regras loucas que resolveu colocar e/ou alterar.

A chegada dos motores V6 turbo vão provocar um nó imenso a partir do momento em que peças forem trocadas. A partir de 2014, a unidade que empurra os carros será dividida em seis partes, segundo o que o artigo 28.4 da FIA passa a estabelecer. E cada parte delas será imprescindível na conta louca das punições.

O item ‘a’ deste artigo informa que houve uma diminuição no número de motores disponível para cada piloto: de oito, caiu para cinco. Na prática, então, Vettel, Alonso e o resto da turma terão à disposição quatro propulsores para o ano que vem e um de ‘sobra’. Mas logo o item ‘b’ começa a prover o caos: os motores são compostos de seis elementos separados, que são o 1) o motor em si; 2) o gerador de energia cinética; 3) o gerador de calor; 4) o armazenador de energia; 5) o turbo e; 6) a centralina eletrônica. Face a separação, cada piloto só vai poder usar cinco destas partes, pois.

Aí vem o item ‘c’, que trata das punições – que, oh!, foram divididas para cada caso de uso além das cinco peças. A elas:

1) Se a equipe trocar a unidade como um todo, o piloto vai largar dos boxes;

2) Se a equipe trocar apenas uma peça, que seria a sexta no ano, o piloto vai perder dez posições no grid de largada;

3) Se a equipe trocar uma outra peça que ainda esteja incluída dentre o que se considera como sexta – ou seja, uma parte diferente da que foi trocada anteriormente –, o piloto cai cinco lugares no grid;

4) Se a equipe trocar uma destas peças que já serviram de reposição – sétima, oitava, nona, e por aí vai –, são dez posições para as primeiras peças desta ordem e cinco para as subsequentes. Para ficar mais claro, a primeira sétima peça, a primeira oitava peça, a primeira nona peça, etc., dez; a segunda, terceira, quarta, quinta ou sexta peças da ‘rodada’, digamos assim, cinco.

Calma que não acabou. Considere que o piloto vai perder dez posições por ter trocado a primeira peça. Suponha que ele tenha conseguido o 15º lugar no grid. Como são 22 carros, ele largaria em último. Mas num grid hipotético, sairia em 25º (15 + 10). Estas três posições de sobra, o sofredor vai jogar para o grid da outra prova, isto é, vai perder três postos no grid. Este acúmulo e fardo, ufa!, não se estendem além de uma prova.

Contando com a ideia de dobrar pontos em Abu Dhabi, desde já, damos os parabéns efusivos à FIA, bastante alinhada com o que vemos no futebol brasileiro.

E se você não entendeu, não se preocupe: imagine Galvão tentando explicar isso ao telespectador. Perderia certamente dez posições na cabine de transmissão.

Comentários

  • Esse monte de asneira que só complica, vai matar a F1 de vez, ao menos no Brasil.

    Nossa, que lindo, fizeram a regrinha do número fixo. Enfiem no cu esse número fixo enquanto fizer outras 100 cagadas pra piorar ainda mais o lixo que já é.

    Pra que tanta regrinha de motor, se os motores são produzidos por montadoras e não por equipes? As equipes pagantes de motores gastam no máximo US$ 15 milhões por ano, enquanto que as equipes grandes RECEBEM por ter as montadoras como parceiras!

    Porra, é tão difícil fazer uma regra que limite só o assoalho e túnel de vento, que é exatamente onde há maiores investimentos e importância aerodinâmica? Investir nisso é muito, mas MUITO mais caro do que fazer testes, sendo que com testes dá chance a pilotos que não são titulares. Isso sim, é justo e legal.

    Hoje, as EQUIPES gastam MUITO MAIS em aerodinâmica do que com testes ou motores.

    E sobre essas regras de punições. Que lixo. Se perguntar pro CRIADOR de tudo isso, nem ele vai saber responder sem colar.

    Só pra lembrar o início do post: a F1 tá com os dias contados na TV aberta no Brasil.
    Assim como a audiência da TV aberta caiu pela metade nos últimos 10 anos, a F1
    só não acabou ainda porque só agora a internet tá bombando aqui no Brasil, e porque depois da crise em 2008 houve um procura por F1 por momentos e fatos como a briga pelo título em 2008 com o Masas, e 2009 com o Rubinho, a volta do Schumacher em 2010, a briga do Massa com o Alonso na Ferrari. Queiram ou não, isso deu SOBREVIDA à F1 por aqui. Agora, vão esculhambar de vez. E por fim, o Galvão Bueno vai se aposentar (ele já comentou muitas vezes que seria agora na Copa de 2014), pular fora da barca e é bem capaz de a Globo jogar a F1 pro Sportv, mesmo, e olhe lá.

  • Peraê, deixa eu ver se eu entendi: o cara vai ter direito a trocar 5 vezes cada peça ou apenas 5 peças?
    Tipo, se já trocou 5 motores e trocar um turbo será punido ou só será se trocar o sexto motor?
    Que várzea….

    • Pelo que entendi, esse é o caso de perder 10 posições. Se trocou o motor quatro vezes (está no quinto), na verdade, já usou 5 turbos. Mais um e entra a regra da sexta peça. Se ele precisar eventualmente de outra “sexta peça”, aí perde 5 posições.

  • Ah. E nós preocupados com o cara que escrevia o regulamento do brasileirão antes dos pontos corridos. Agora, podemos ficar tranquilos pois sabemos que não está desempregado. Está na FIA.

  • Taqueospa.
    Mas o que é que os caras tão querendo?… primeiro que vai foder com as pequenas, óbvio. outra, se o negócio é a durabilidade das peças, então que vão dar pitaco nas 24h de Le Mans pq se foi pra baratear… mas o fundamental, que é essa piração bilionária em cima da arte da super-aerodinâmica, que inclusive deveriam deixar pra indústria aeroespacial, e tbm os pneus paçoca, esses não foram tão afetados. A ver.
    Abç.

    P.s: reparei num blog de contos e crônicas, acho que é Caixa Preta o nome, que temos uma boa amiga em comum.

  • Para quem queria ver grid invertido em Abu Dhabi, aí está a solução. Vai ser o grid mais bagunçado da história.

    Quero ver como vai ser nos “bolões” da vida por aí… Vale o ponto da pole para quem acertou quem fez o melhor tempo ou para quem acertou quem efetivamente largou na posição de honra?

  • Bianchi merece essa vaga na Sauber, ainda que eu torça muito para o Nasr. O garoto é bom. Por outro lado, Felipe, acredito, não faria mal papel.

    Se não levou a GP2 este ano, ao menos demonstrou ter muito boa maturidade (falo do que vi. Praticamente todas as corridas). Daí ser bem visto na F1.

    Pra essa união, entre Sauber e Marussia, não haveria nem conflito de fornecedores, já que ambas serão empurradas pelos motores Ferrari em 2014, conforme já haviam anunciado. Faltando só colocar as alianças.

  • A F1 gosta de complicar. Se quisessem simplificar, liberariam qq tipo de motor, com qq cilindrada, com tantos cilindros cada fabricante quisessem, qq combustível, qq arquitetura de motor, 2 tempos, 4 tempos, diesel, Wankel, etc. Seguraria isso tudo num único item:Potência. Com ajuda da eletrônica, determinaria q a potência seria, por exemplo, 900 HP’s e pronto. Cada um que faça o que bem entender e pau na barata.
    Outra coisa: querem reduzir custos? Permite o uso de fibra de carbono só na célula de sobrevivência. Carroceria de fibra de vidro mesmo ou outro plástico barato e suspensão com braços de alumínio, pq não?

    • Concordo com a primeira parte, mas acho que isso acabaria aumentando os custos para as equipes. Mas também sou a favor de mais liberdade, de ver diferentes soluções sendo aplicadas.

      Na segunda parte, não sou engenheiro, mas acho que esses materiais não teriam resistência suficiente para aguentar os extremos pelos quais passam os carros de F1. Materiais mais resistentes e baratos são muito mais pesados.