John & Jenson

SÃO PAULO | Foi com espanto que o mundo da F1 recebeu a notícia da morte do excêntrico John Button, aos 70, vítima de parada cardíaca em sua casa na Riviera Francesa. A vida boêmia de uma das personagens mais queridas do meio pode ajudar a explicar as causas. Mas o que fica agora é como Jenson vai tocar a vida.

Jenson foi a expressão do pai nas pistas quando estreou na F1 lá em 2000, pela Williams. Era piloto de Flavio Briatore e, com aquela pinta de modelo, levava jeito para ser um playboy moderno. Só que a F1 e Briatore não tinham muito saco para isso, e a falta de resultados foi sempre colocando o inglês num outro patamar que não o de piloto. A coleção de reveses era chorada sempre no ombro do pai que o acompanhava corrida sim, corrida sim. John foi o pai de piloto que nunca faltou sem ser aquele típico que briga pelo filho e sai em sua defesa mesmo estando errado. John foi companheiro e amigo. E Jenson assim cresceu.

O Button que ouviu do pai o conselho de estourar o motor daquela draga de carro da Honda em Interlagos em 2008 no ano seguinte ria abraçado a ele o título com a Brawn. Cresceu ao ir para a McLaren e enfrentar Hamilton com sua classe, destruindo o ímpeto do menino criado à base de leite com pera a vida toda com a classe que Alonso nunca mostrou ter quando foi companheiro de Lewis. Nos últimos anos, Jenson era a imagem e semelhança de um lorde e do bom-mocismo, namorada linda de um lado e pai de outro. Nem mesmo o ano terrível da McLaren em 2013 fez Button desmoronar. Mas agora, o maior pilar cai.

Jenson se desacostumou a perder, e agora não vai ter aquele em quem mais se apoiava para se apoiar. No ano das mudanças drásticas da F1, Button vai ter duas semanas para trabalhar muito mais a cabeça do que o físico e ver o que a partida do pai representa em sua vida. Depois de 14 temporadas, apresentar-se em dúvida para os testes da pré-temporada e/ou verificar que o carro novo segue às mas tendências do ano passado podem pesar ainda mais numa decisão de possível retirada e abandono do sonho de correr com o motor Honda em 2015.

Como a andar, Jenson vai ter de aprender a viver sem o pai. E não é uma tarefa tão rápida quanto uma pole.

Comentários

  • Button precisa buscar a força que vem do interior da alma com a perda de seu pai John, assim como Jacques Villeneuve e Damon Hill tiveram quando perderam seus pais e foram campeões. Michael Schumacher agora lutando pela vida já teve uma passagem dessas, talvez a mais difícil na carreira na corrida de Imola 2003, quando venceu por sua mãe que tinha falecido no sábado e ele garantiu o primeiro lugar no domingo em sua homenagem.

    Button seja também um grande campeão fora das pistas. Boa sorte!

  • VM: Digamos que Button, é o atual Graham Hill da F1…..Anda bem, getleman, e sem neuras…
    Que seja feita a vontade do criador..
    Não leva uns pe de breque que parece mais com um KID RETA do que piloto-blogueiro..
    Mas, leva pessoas que teve um passado de gloria..
    Não só o pai do pillto…mas muita gente boa vai subindo para o andar de cima….
    R.I.P…Mr: Button senior.

  • Jenson button vai sentir um peso enorme sem a presença do seu maior mentor que foi seu pai e incentivador de sua carreira nesses anos todos,foi um dos pais mais presentes nas horas alegres e tristes de uma derrota,nós,fans da f1,nunca esqueceremos aquela pessoa que foi uma figura carismatica e alegre que dava algumas alegrias no mundo frio e cinzento que é a f1,sempre lembraremos dele como um bom e velho amigo que nos esperava para bater aquele papo gostoso no paddock e contar algumas amedotas e para dar boas risadas,descanse em paz john button.

  • Com certeza será um ano difícil para Jenson! É muito complicado acreditar que o fato de seu pai não estar mais aqui para apoia-lo não o afete… (isto levando em consideração a boa relação que eles tinham, como vc mesmo frisou VM) é uma pena em todos os sentidos, espero que Button reaja da melhor forma possível, e consiga homenagear seu pai com alguns triunfos esse ano… Pois ele merece!

    #ForçaJenson