Spa-Francorchamps Elysées

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SÃO PAULO | Quando Pérez evitou a ultrapassagem antes da curva 5 e/ou no final do retão pós Eau Rouge, Hamilton estava já com a vitória no bolso. Claro que o mexicano não seria páreo para Lewis, que se livraria da surpresa da largada em não mais que um par de voltas. É só para ter como referência de onde se deu de fato mais uma conquista do futuro tricampeão da F1. Porque, claro, não dá para levar a sério este Rosberg que se abastece de desculpas e não consegue atacar ninguém.

O triunfo de Hamilton merece poucos predicados além do óbvio. A sexta-feira ruim era só um lapso, de fato. Colocou quase 0s5 na classificação, largou bem, seguiu a vida. Quando não tem adversários logo de cara, não há cristo que lhe tire a primeira colocação.

Agora, não dá realmente para considerar Rosberg um candidato sério. Caiu para quinto em uma largada estapafúrdia e só foi aparecer em segundo porque Pérez e Ricciardo, por exemplo, tiveram de ir para os boxes. Com aquele carrão de asa curvilínea, lindão, bonitão, de outro mundão, o camarada não me conseguiu ultrapassar em pista. E isso aconteceu na Hungria, e isso aconteceu na Inglaterra, e isso aconteceu em todas as outras provas onde se viu na mesma condição. Falta ímpeto para este Nico que no ano passado ousou e neste ano se acomodou na desculpa de “arruinei minha corrida na largada”. Amigo, se a corrida é definida em largada, vai lá correr de arrancada que tá bom.

Outra coisa que incomoda é ver piloto que abdica da posição porque sabe que tem um carro inferior. Foi o que aconteceu com Pérez. Tinha condição clara para assumir a primeira posição e freou antes para se postar atrás de Hamilton e lá ficar durante o primeiro stint; depois, ao ver Rosberg saindo dos boxes, embutiu na Eau Rouge, subiu, emparelhou, passou, deixou passar. Pérez perdeu um pouco daquele encanto que fez a McLaren contratá-lo e caiu vertiginosamente com a má temporada — auxiliada pelo carro ruim — que lá fez. Costuma ficar sempre atrás de Hülkenberg, que vive um eterno azar em Spa-Francorchamps.

Como por demérito, o terceiro lugar no pódio não ficou com Pérez, mas com um Grosjean que estava endiabrado. Seria quarto no grid não fosse a punição pela troca de câmbio, saiu em nono e foi subindo na pista. Três anos atrás, nesta mesma pista, Romain protagonizava um acidente que lhe tirou uma corrida da F1 e lhe fez aprender a ser um piloto bom e decente. Com um carro interessante como é o da Lotus, futura Renault, pode demonstrar o talento que tem.

Kvyat foi quarto com uma dose de boa pilotagem, estratégia e sorte. Não é dos pilotos mais empolgantes do mundo, talvez não seja aquilo que a Red Bull acha que é, mas tem conquistado resultados bons recentemente. O quarto ou terceiro seria de Ricciardo não fosse uma falha técnica da equipe, que naturalmente vai culpar a Renault por mais este malogro.

Pérez ficou à frente de um Massa que parecia fadado a ocupar no máximo a zona final de pontos com o desempenho ruim que a Williams apresentou no começo da prova. Até das irmãs Red Bull e Toro Rosso tomava de reta. Só foi com os pneus médios, aqueles brancos — olá, Williams, muito prazer —, que começou a render medianamente, ainda sem condição de andar no ritmo, por exemplo, da Lotus. Mas não dá para conceber um erro como o que se viu com Bottas.

Há tempos se fala do quanto a Williams é conservadora na estratégia e se apequena ao se deparar de novo com as primeiras posições, só que confundir um jogo de pneus demonstra que ainda paira em si o ranço dos anos em que viveu no fim do pelotão. E dizer isso chega a ser uma ofensa para a Manor Marussia, que apesar de lenta, pobre, problemática, pedinte, etc., não comete esse tipo de ato primário. Dizer depois que “ninguém percebeu”, como fez o engenheiro Rob Smedley, é até primitivo e infantil, até porque, se ele dissesse que alguém percebeu, e ficou por isso mesmo, era a assinatura do atestado de incompetência.

Que, aliás, tem o carimbo da FIA. Porque a incoerência com relação a esta punição é absurda. Primeiro que não é necessário investigar que um pneu branco é diferente do amarelo; segundo, quer dizer que um erro destes se paga com um drive-through e nada mais? Se uma equipe verificar que em uma determinada pista é melhor usar um tipo de pneu de um lado do carro e vale a pena trocá-los, isso se torna uma bela estratégia até. É por isso que a F1 cansa, às vezes, com regulamento estapafúrdio — vide as 105 posições punitivas somadas dos pilotos da McLaren.

Räikkönen terminou em sétimo sem muito brilhar na pista onde costuma reinar. E só não foi oitavo porque Verstappen se empolgou na última volta ao ultrapassá-lo e depois cometer um erro. Max é max, mesmo, e é legal ver este tipo de piloto: arrojado, que parte para cima, que erra, que vai atrás. Notem como é o oposto deste Rosberg entregue. Bottas foi nono — poderia ser quarto ou quinto — e Ericsson, melhor que Nasr o fim de semana todo, encerrou a zona de pontos.

Aliás, já está permitido cornetar Nasr?

Comentários

  • Preciso falar com o Dr Paulo, sobre minha prima Angela Bertini,sua sósia na confederação,grata de puder me dar o email dele ou dar meu email…….grata
    A Dra Angela faleceu prematuramente em 30/07/2008 o Dr desistiu em março de 2009,acho que a morte prematura da minha prima teve a ver….estou incoformada até hoje…..
    anita

  • Não que você precise disso, muito pelo contrário:
    Parabéns pelo texto, é uma verdadeira aula de jornalismo, objetividade, clareza e por aí vai. . .
    E parabéns também pela coragem de citar o “Nasser”. . .
    Chega de enganação, gente!
    O cara é fraquim fraquim. . .
    Protótipo de bom-mocismo, sonho de pretendente para as moçoilas casadoiras de tenra idade, daquelas que as mamães escolhem o cara à dedo para que tudo fique “entre os nossos”, mas na hora agá, até do fraco Ericcson tá levando ferro!
    Só mesmo aquele agora aparentemente seu assessor de imprensa (off the record, of course!) travestido de blogueiro continua a enaltecer as “não” virtudes da figura. . .
    Abraço.
    Zé Maria

  • Nasr só vai ficar na frente de ericksson no campeonato por conta daquele quinto lugar. Mesma coisa que Maldonado e Senna em 2012. Maldonado só terminou na frente por conta daquela vitória em Barcelona.

    • Em tempo ; o Rob Smedley é aquele engenheiro da celebre frase ,em um certo GP alemão , era integrante do mais incompetente staff da tradicionalíssima equipe italiana que sê não me engano foi indicado pelo pilotinho de Botucatu para compor a equipe Williams ,por essas e por outras é que vemos porque a equipe entrou novamente em regressão.

  • Queria saber do próprio Nasr a q a ele atribui a queda de desempenho em relação ao companheiro, mas até agora n vi nenhum repórter perguntar isso a ele (me corrija se eu estiver errado). Pra sorte do brasileiro, a maior parte das vezes em q perde pro sueco, ambos estão fora ou na rabeira da zona de pts.

  • permitido cornetar Nars. Ele não atoa é camarada do outro brasileiro. Já sabido que sua equipe é mais modesta do que grande e só por causa de 1 resultado meia boca no ano, os bobos da corte d rede Globo, classificaram como tal. E o tal piloto se enche de esperança mesmo sabendo que sua equipe é pequenina

  • ótima análise… agora, notaram o fim de semana todo: C*uzão Bueno voltou a falar RBR pra todo lado… será que ficou putinho por causa do filhinho motorista de estoque??? Tem caroço nesse angú

  • A corrida foi boa. Não espetacular, mas boa.
    Esperava mais de Raikkonen, corrida apagadíssima onde ele deveria ser muito bom.
    Hamilton foi sensacional assim como Vettel vinha sendo até o problema dos pneus.
    Destaque da prova para Grosjean, bacana demais esse pódio da Lotus.
    E já está na hora de cornetar o Nasr sim, vem sendo batido por Ericsson(!).
    E vendo a Indy, já pode cornetar o Kanaan?