Na bolha

SÃO PAULO | Quando pintou a notícia de que o formato de classificação da F1 sofreria uma mudança radical e que seria desta forma, eliminando um a um em um curto espaço de tempo até chegar numa espécie de duelo, confesso que levei um tempo até entender a proposta como um todo. Geralmente, alterações drásticas e escritas não são bem compreendidas até que sejam aplicadas na prática. Mas já dá para imaginar o que vão ser, se confirmado pelo Conselho Mundial, os sábados: bem agitados.

Porque não haverá tempo para descanso: uma volta mal dada, e o piloto pode cair vertiginosamente até ser ceifado de toda e qualquer chance. Imagino que não haverá oportunidade para entradas rápidas para trocas de pneus justamente por isso, de modo que a estratégia e a escolha dos pneus tem de ser acertada — aliás, será que a opção de escolher a terceira ‘via’ vai ser aplicada também para a classificação?

Comecei a gostar da ideia ‘dança da cadeira’ porque o estilo deve se assemelhar à ‘bolha’ que havia em Indianápolis quando mais de 33 carros tentavam se classificar para as 500 Milhas. Era o ‘Bubble Day’, e a expectativa para entrar no grid e o medo de ficar fora eram tão animados quanto a própria corrida. Lembro particularmente de 2010, quando Sebastián Saavedra se classificou depois de ter sofrido um acidente, mas na burrice da dupla Paul Tracy e Jay Howard, que quis se classificar melhor no grid, foi pior na sequência de quatro voltas rápidas e colocou o colombiano no grid.

Há uma relativa divisão nas redes sociais diante da mudança de sistema, mas creio que seja válida justamente num momento em que a F1 precisa de uma sacolejada para ver se atrai mais público. A novidade, nas primeiras provas, deve trazer uma emoção especial até que o pessoal se habitue com o modelo. Pode ser um bom caminho, sim.

Comentários

  • não gosto de invencionismo,sou favorável a asa móvel porque na F1 sem ela teríamos meia dúzia de ultrapassagens por corridas mas os botões de ultrapassagens em outras categorias são desastrosos a começar pela stock e a bandeira amarela na Truck series por tempo não tem nada a ver como esta classificação confusa que não pretendo perder tempo assistindo.

  • De acordo com a publicação, a Watson tem uma fatia de 42,5% do time. Outros 42,5% são de Subatra Roy, mas a Sahara colocou as ações a venda recentemente para tentar tirar o empresário da cadeira.

    Não seria cadeia ????????

  • Particularmente eu não gosto de resultados que podem vir por algum acaso ,em competições ,principalmente as automobilísticas ,gosto da meritocracia ,se for melhor ,que colha os méritos ,e estes modelo pode punir um piloto que esteja bem ,mas por alguma infelicidade do momento ,como pegar um carro lento a sua frente em uma sucessão de curvas num destes malditos Tilkhdromos da vida onde via de regra ninguém passa ninguém mesmo que o da frente esteja com uma “Picola Isetta ” se esta se posicionar na trajetória ideal para a curva . E quem garante que um segundo piloto tipo , Massa que era mula do Alonso não entrará na pista só para atrapalhar um possível rival de seu primeiro piloto. A principio não gostei da ideia ,mas vamos aguardar ,quem sabe possa mudar de opinião , só obtusos ou mortos é que não revem seus conceitos ,sejam esportivos ,técnicos ,sociais ou mesmo políticos . Todos nós erramos em alguma coisa ,a sabedoria esta em admitir o erro e corrigir ,por isso o criador nos fez criaturas “pensantes ”
    Bom final de semana a todos .

  • Victor,
    Gostaria de saber como foram os desempenhos de cada equipe quando usaram pneus médios. Vi no site da F1 que a Mercedes foi a mais rápida com os médios, mas não aparecem os tempos das outras equipes. Dado que nas corridas o pneu médio deve predominar (junto com o Macio), acho interessante levantar essas duas informações. Imagino que todo mundo usou em algum momento os pneus médios para fazerem long runs.
    É claro para mim que a Mercedes está escondendo o jogo quanto a performance. O que me deixa curioso é o porquê. Os pilotos desdenham dos tempos dos adversários e ela é mais rápida com os médios. Eu acredito que ela está muito veloz e sequer se dá o trabalho de testar a garantida ultra performance.
    Mas se você puder levantar essa informação, eu poderia confirmar essa impressão.

  • Só resta saber se a gente vai conseguir assistir a classificação inteira ou só aos “melhores momentos” que a dona Globo resolver mostrar…

  • Normalmente os treinos já são mais divertidos que as corridas, então não sei se precisa disso. O que precisa mesmo é mudarcom o regulamento “endurance” que em vez de valorizar a performance pura obriga a poupar motor, poupar gasolina, poupar pneu…

    • Feliz comparação: “endurance”. As corridas de F1 deveriam ser velocidade pura, pé em baixo o tempo inteiro, pneus que aguentem, gasolina de sobra. Esse deveria ser o espírito. Hoje o cara só ganha se souber utilizar bem os pneus, não pode gastar demais. Com isso o piloto fica tolhido de exercer a sua capacidade de fazer o carro andar o mais rápido possível. Muito boa compração, parabéns!

      • Eu concordo com a colocação ,tanto do Cristiano ,como a do Luciano ,pois falam hipocritamente em “contenção de gasto ” mas trocam o regulamento ao sabor dos ventos ,obrigando as equipes a novos e custosos projetos ,que quando não bem nascidos obrigam a uma correção mais custosa ainda e que quase sempre não é satisfatória . Então ,esta de diminuir ou mesmo extinguir treinos ,conter consumo de combustível ,número de voltas ,é só balela para agradar “Ecoxatos e simpatizantes ” que via de regra jamais participaram como voluntário em obras assistenciais a necessitados ,tanto os de rua como os de albergues ou asilos ,mas que na roda de amigos vestem a mascara de salvadores do planeta .

  • Sim,pois a F1 deixou de ser corrida,para ver quem economiza: pneus,combustível,motor ,caixa de câmbio,etc…. Tá um saco,como pode complicar, um produto bom, e fácil de ter emoção, por mal gestão do negócio.

    • durante a maior parte da historia da F1 os pilotos tiveram que economizar tudo porque os carros erram muito frágeis e se fossem de pé em baixo o tempo todo ficavam a pé ,nos anos 2000 tivemos corridas pé embaixo o tempo todo e ultrapassagens só nos box e Schumacher vencia três a cada quatro

  • Acho q seria mais interessante se sobrassem 3 ou 4 carros para os momentos finais. Assim, se houver um piloto muito melhor e praticamente certo que seria pole, ainda sobraria alguma disputa em aberto.
    Com esse modelo proposto, se um Hamilton da vida estiver muito melhor que o resto, os minutos finais simplesmente deixarão de ser importantes.

    • Parece que ouviram o amigo…rs Mudaram novamente a proposta. Agora a idéia é fazer o mata-mata a lá dança das cadeiras nos Q1 e Q2 e deixar 8 pilotos para disputarem no Q3 seguindo o molde vigente. Esse meio-termo parece bom. Vai deixar as duas primeiras partes da classificação bem movimentadas e, em tese, preservar as chances dos melhores pilotos efetivamente se posicionarem no grid conforme seu real potencial de desempenho.

  • Independente disso, conforme os anos passam, a F-1 tem perdido cada vez mais essência,falta pessoas com tino promocional pra gerar as coias que podem modelar a categoria para um nível esportivo.