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SÃO PAULO | Então que a chuva caiu em Xangai antes da prova e deixou a pista levemente úmida, num estado que permitia o risco de escolha pelos slicks. Só Sainz o fez. Este, claro, teve problemas na largada pela falta de tração e caiu para último, mas a aposta se mostrou depois correta. Demorou quatro ou cinco voltas para que todo mundo optasse pelo descarte dos intermediários no vuco-vuco do abandono de Stroll e do acidente de Giovinazzi. Mas ali a Ferrari se perdeu um pouco — e fez com que Vettel não pudesse brigar com Hamilton pela vitória.

Isso porque o alemão foi chamado antes para a troca de pneus durante o VSC, e na sequência acabou surgindo o SC que beneficiou os concorrentes diretos — jurava que tinha visto uma segunda parada do alemão no momento em que tiveram de passar pelos boxes, com a reta interditada. De segundo, acabou caindo para sexto, atrás de Ricciardo, Räikkönen e do incrível Verstappen, que ali já aparecia depois de largar em 16º. Aquelas condições de pista elevaram o talento do holandês, que rapidamente surgiu em segundo, jantando os adversários. Chegou a ficar a 1s5 de Hamilton, mas não havia qualquer condição de brigar pela vitória.

A dificuldade de ultrapassar carros existe, mas não a impossibilidade — exceto Räikkönen, que não ameaçou uma vez sequer Ricciardo. Este foi segurando o trenzinho composto pelas Ferrari até que Vettel resolvesse tomar a atitude de superar o passivo companheiro e, na sequência, realizar a manobra do ano ao passar o ex-companheiro de Red Bull, tocando rodas. O alemão foi à caça de Verstappen, que soltou um flato sobre a farofa vendo a aproximação do rival. E foi assim que a esperada ordem Hamilton-Vettel-Verstappen se fez na corrida.

O combo da parada antecipada e o bloqueio que o próprio Kimi acabou representando minaram as chances do alemão. A Ferrari até poderia ter agido e pedido que o finlandês desse passagem antes. Preferiu deixar a briga rolar — como, de fato, é melhor. Mas pagou o preço.

Paradas nos boxes aqui e ali, a questão do GP da China já estava resolvida lá pela volta 40 das 56. O que importa é que a briga entre Red Bull e Ferrari valeu demais a madrugada acordada. Porque existem pilotos como Verstappen e Vettel.

O mediano Bottas chegou em sexto, tendo de superar o ótimo Sainz neste trecho final de prova. Pérez fez uma prova discreta para ser oitavo, Magnussen do nada foi nono e Ocon, superando Massa, pegou o ponto final.

Massa não foi nem 11º. Ainda viria a perder lugar para Grosjean, depois para Hülkenberg, então para Palmer. Com 15 terminando a prova, ser penúltimo com uma Williams… Felipe despencou absurdamente ao longo da corrida, levando um carro que teoricamente é a quarta força da temporada em ritmo pior que McLaren e Sauber. Sabe-se lá como, estando à frente só de Ericsson em um determinado momento, é que se recuperou a ponto de tentar beliscar a zona de pontos. Se fez uma estreia plenamente aceitável pelo carro que tinha, mostrou uma performance tenebrosa neste domingo.

E Alonso, coitado… às vezes, é de cortar o coração vê-lo nesta draga cor moranga. A corrida que fazia era, de novo, espetacular. Andou a todo momento na zona de pontos e só pôde lamentar assim que a McLaren abriu o bico. Faria um bem danado à F1 e a ele mesmo se tivesse sido menos teimoso e cabeça-dura aceitando o convite da Mercedes para pegar o lugar de Rosberg.

Temos um campeonato empatado em 25 entre os dois principais homens da temporada que começou mal e tirou a má impressão em Xangai. Na semana que vem, a terceira etapa desta briga no Bahrein, onde tem havido corridas bem interessantes e disputadas. Porque há pilotos que fazem a diferença. Sobretudo os três que foram ao pódio.

Comentários

  • Estranho, dizem que só o Sainz largou com pneus de pista seca, mas na lista de pit-stops que ilustra a reportagem, aparece que Palmer também não usou intermediários.

    • O Palmer largou com os intermediários mas parou pra trocar antes de completar a 1ª volta. E pela contagem oficial da tabela de pneus usados, é preciso que o piloto tenha dado, ao menos, uma volta completa com os compostos.

  • Felizmente vc explicou o porque do Vettel de repente aparecer em sexto na classificação. Os patetas da transmissão simplesmente ignoraram e não informaram nada. Nem a menina que estava na circuito. E concordo com você, a Ferrari, mais uma vez fez lambança. Erraram, ao que tudo indica, a 1ª troca de pneus do Vettel. Pena, porque se isso não tivesse ocorrido o “pega” ia ser muito bom de ver. Resumindo, não dá pra saber entre Mercedes e Ferrari quem está melhor. As situações de corrida até agora não colocaram os carros em disputa direta.

  • Victor, li que o Toto Wolff assegurou um lugar na Mercedes para o Alonso mas que ele se virasse nas multas e contratos com a Mclaren. Depois li que Toto disse que não chamaria Alonso para que reinasse a harmonia na Mercedes.
    Afinal, esse convite do Alonso por parte do Toto existiu mesmo?

  • Vettel, já estava em sexto no momento do acidente, devido a troca de pneus que fez durante o primeiro S.Car e a Ferrari não chamou o alemão para uma segunda troca de pneus. Após o acidente todos os carros foram obrigados a passarem pelos boxes para que a reta fosse limpa. Vettel estava a quase 20 s do líder momentos antes do acidente, e com o segundo S.Car e a passagem pelos boxes todos fizeram a troca para pneus para pista seca.

  • Um texto razoável que mostra a imparcialidade da imprensa brasileira.
    Se “mediano Bottas” massacrou o “MASSAcrado”, qual a denominação para esse manobrista de restaurantes?
    Vettel um grande piloto. O azar dele estar anos luz atrás de Lewis, o melhor piloto disparado dessa turma.

  • Engraçado é que desta vez, não houve ordem do box para deixar o piloto de trás (Vettel) passar… Parece que só os brasileiros é que eram uns m#rd@s, e tinham de dar passagem… Nosso país está mesmo desprestigiado … Até na Fórmula 1

  • Na vdd ele não parou uma segunda vez. É q ele deu azar pois os carros tinham q obrigatóriamente passar pelo pit lane a 80 km/h, portanto ele q parou na volta anterior perdeu mto mais tempo (em torno de 20 s) que os da frente dele q trocaram qdo já passavam pelos boxes, ou seja, so perderam 5-6 segundos.

  • Que eu saiba foi a Mercedes que não quis o Alonso. Ninguém quer um cara “ruim de vestiário” como se diz no futebol. Fórmula 1 é feita de equipes e aí não cabem Xoronsos

  • Vitor, o Vettel não fez uma segunda parada.
    A estratégia da Ferrari era acertada, não fosse o Safety Car por conta do Giovinazzi.
    Com o Safety Car na pista e todos tendo que andar devagar, além de passar pelos pits, todos que estavam a frente do Vettel, que estavam com pneus intermediários, puderam parar e permanecer na frente do alemão, que não teve escolha ao passar pelos pits a não ser respeitar o limite de velocidade dos boxes e ver todos sairem à sua frente.

    Nâo fosse esse SC, provavelmente o Vettel passaria o Hamilton quando esse fosse aos pits.

  • O Vettel não fez uma 2ª troca de pneus na 4ª volta. Ele passou pelos Box como todo mundo pois a reta principal estava interditada. è só ver as tabelas de pit spot no site da Formula1. O que estragou a estratégia da Ferrari foi a batida do Giovinazzi.