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SÃO PAULO | Era impossível ter um repeteco do que aconteceu duas semanas atrás, mas o GP da Áustria foi dureza. Coisas do ofício, fazer o quê? Não houve briga alguma entre as posições principais, e Bottas triunfou tão tranquilamente quanto sua outra vitória na F1, na Rússia. Mas os desempenhos em si comprovam um novo cenário nesta volátil temporada.

No começo do ano, a Mercedes tinha um carro mais rápido em classificação e a Ferrari, em corrida. Aos poucos, os italianos foram se aproximando e emparelharam, tanto que até Räikkönen conseguiu pole. Mas desde o GP do Canadá, está claro que as Flechas de Prata são mais eficientes nas duas situações. No Azerbaijão, não fosse aquele caos de nosocômio, Hamilton teria partido para uma vitória soberana sobre Vettel.

Assim foi a de Bottas neste domingo. A emoção só viria se 1) o finlandês tivesse queimado a largada, como chegou a ser observado, ou 2) a chuva caísse. Nem um nem outro, e Bottas se deu ao luxo de parar bem depois de Vettel estando com os pneus ultramacios em frangalhos. Só deu alguma chance para Vettel nas duas voltas finais.

O que quer, então, uma reação rápida da Ferrari e um trabalho 24/7 nas férias da F1 em agosto. Há atualizações importantes previstas para a semana que vem em Silverstone, mas, da mesma forma, é de se esperar um contra-ataque da Mercedes. É bem provável que Vettel termine a primeira parte do ano na frente do campeonato com diferença apertada para Hamilton e também para Bottas.

Ricciardo não teve problemas em superar Räikkönen na largada e segurou mais um posto no pódio, seu quinto seguido, no braço e no fim da prova, com o único ataque que Hamilton conseguiu aplicar. Pena que a Red Bull não tem o melhor dos chassis nem o melhor dos motores para permitir que sonhasse mais alto no campeonato. Além de ser quem mais sorri, é o piloto mais constante da atual F1.

Se não é Palmer ou Stroll, Kvyat trata de fazer o trabalho tosco. É compreensível que a Toro Rosso tenha dado um lugar a ele depois de seu rebaixamento e tratado bem, dado de mamar e posto para nanar, mas seu trabalho não convence. Largou até bem, passou Sainz, acertou Alonso, que acertou o zicado Verstappen, strike, punição branda, último lugar na corrida. Nesta, a Red Bull deixou Gasly de canto e o tirou do radar da F1.

Massa se beneficiou demais com o ato do jogador de boliche e saltou de 17º para 10º na primeira volta, depois ganhou mais uma posição e, com os pneus macios, os mais duros do fim de semana, foi longe até fazer sua parada. Deu tempo de brigar com Ocon, mas não propriamente de tentar ultrapassagem. Pelo que foi a classificação de ontem, dois pontinhos até recompensadores. Mas a Force India tem mais do que o dobro dos pontos que a Williams. E dificilmente isso vai mudar até o fim da temporada.

Desde o fim de 2013/começo de 2014 que Hamilton não ficava duas provas sem subir no pódio. Isso também vai esquentar o caldo para Silverstone. O campeonato é bom e tem peças e personagens que o tornam atrativo e imprevisível. Mas a página da Áustria está devidamente virada e não vai deixar tantas saudades.

Comentários

  • É Victor, acho que a briga pelo titulo tem mais um Bottas , e acho tambem que as coisas
    vão azedar na Mercedes , pois o Hamilton não vai aceitar o Bottas lhe apurrinhando
    com bons resultados, favorecendo a Vettel .

  • Corrida modorrenta.
    E a Ferrari, como você disse, tem que rezar para as atualizações funcionarem; senão comandante Hamilton vai pra 4 títulos em 2017. Não duvido.
    E Vettel ainda sofrerá punição pela troca de componentes do motor de seu bólido.
    Torço para a Ferrari mas…oremos.

  • victor, tudo bem? a corrida foi chatinha mesmo, mas é como você disse, não dava pra esperar um repeteco da loucura de baku. de qualquer forma, eu queria pontuar duas coisas: 1) acho que o tempo do kvyat na f1 já passou. impressionante como ele está apagado esse ano. não ficaria surpreso se gasly o substituísse ainda esse ano. 2) impressionante a má vontade da –
    péssima – transmissão da globo com o verstappen. fosse ele brasileiro, seria o senna reencarnado. mas é holandês, tem cara de sapo e, como qualquer iniciante – ele ainda o é – oscila, apesar de ser o maior talento bruto a aparecer no automobilismo desde, talvez, schumacher.