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SÃO PAULO | A Ferrari prometeu atualizações agressivas para Silverstone. De cara, então, o resultado na classificação deste sábado dão um claro indício: é bem plausível que, punições e intempéries fora, a Mercedes consiga todas as poles até o fim da temporada.

OK, havia especialmente hoje dois fatores que desequilibram a balança da afirmação: 1) as condições da pista não eram as melhores pela chuva que trouxe alegria ao Q1 e 2) Hamilton estava em casa, e correr em casa é um ‘push’ de 0s2 ou 0s3 ao piloto. Se os prateados já eram mais eficientes na disputa da pole, as novidades que a Ferrari levou ou não deram o resultado esperado ou seriam de qualquer forma insuficientes para alcançar tal ritmo.

Tanto Räikkönen, segundo, quanto Vettel, terceiro, demonstraram claro otimismo para a corrida. O primeiro, a gente sabe, deve-se descartar porque Kimi não é confiável no ritmo de corrida. Vai depender muito, de novo, da largada do alemão. Pulando para segundo, pode ser que tenha alguma chance, alinhando as estrelas e as estratégias. Isso se estiver em pista seca; se for molhada, como aponta a previsão do tempo, Lewis é ainda mais favorito porque é um pouco mais piloto que Vettel nesta situação. É que neste caso tem o fator risco, pra um ou pra outro.

E se chover, Verstappen entra na briga pela vitória.

Outros dois destaques do treino: um, claro, Alonso. Aquele grito da torcida tem muito do que o espanhol se transformou neste ano: em ídolo mundial. O fator 500 Milhas de Indianápolis transformou grande parte dos apaixonados em automobilismo em admiradores de Fernando, e mesmo que seja um Q1, mesmo que seja algo efêmero e que não vai mudar a vida de ninguém, vê-lo em primeiro com todas as atenções para si naquela volta com pneus slicks na pista perigosamente úmida é um agrado que permanece por dias. O outro destaque é Hülkenberg, que quando está com a cabeça devidamente focada no trampo, extrai tudo o que pode do carro.

Massa já torcia demasiadamente para não chover. O carro Cascão da Williams não anda nada nestas condições. E se estava andando relativamente bem em pista seca, o 15º lugar que virou 14º com a punição de 30 anos-luz para Alonso corresponde a uma natural lamentação. Conseguir pontos vai ser até mais difícil do que na semana passada na Áustria, onde largou pior.

Pecado também ver Ricciardo largando junto com Alonso quase que em Londres. O problema no turbo que sucedeu a troca da caixa de câmbio deve levar a Red Bull a trocar seu motor para a corrida. Os dois na última fila devem animar o domingo. Que chova, pois, para a recuperação ser daquelas. Pena que Daniel vai ser sua sequência de pódios acabar.

O palpite para o pódio acaba se resumindo a Hamilton, Vettel e Räikkönen nesta ordem. Bottas até vai conseguir remar do nono lugar, mas dificilmente vai além de quarto — claro, se a prova for seguir um roteiro que se imagina. Mas como a gente sempre quer o caos, vai que Hülk enfim consiga o que nunca teve e/ou Verstappen acabe com a sequência zicada com a vitória.

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