S18E03 China 1

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äikkönen embutiu meio segundo no par Bottas-Hamilton, nesta ordem, na classificação deste sábado. Seria algo normal se víssemos o inverso; é completamente surpreendente, pois, tal situação.

Então temos uma Austrália — exceção em termos de pista —, em que a Mercedes — Hamilton — nadou de braçada e só perdeu pela existência do combo VSC-SC e um Bahrein — com temperatura de amena para alto — onde a Ferrari se mostrou melhor, por pouco, na classificação e levou a prova — Vettel — na tática. Aí surge a China de uma longuíssima reta e curvas de vários estilos para embaralhar nossas cabeças.

Às conversas oficiais, pois. Toto Wolff: “Estamos com falta de aderência. Você pode ficar fora da janela [de funcionamento] com os pneus muito quentes ou muito frios. São dois extremos, como o que tivemos no Bahrein. Acho que é uma questão de pneu”. Você tira a roupa e sente frio; você dá o cobertor e passa calor. Depois o chefão da Mercedes vem dizer que este carro não é uma diva. É muito diva. É muito instável. E não é simplesmente só o pneu. Até porque a Mercedes andou muito bem numa pré-temporada de zero grau — temperatura que é ideal para Ângela Bismarchi não passar nem frio nem calor.

Tem, também, Verstappen, que larga em quinto: “Acharam o botão do turbo”. Depois do ‘modo festa’, agora a F1 vive o ‘botão do turbo’. Curioso é que só a Red Bull ainda não achou algo para andar mais à frente — embora esteja bem próxima da Mercedes em Xangai. No caso de Ricciardo, no entanto, ‘puxaram a descarga’, né, porque só com o pobre acontece alguma coisa.

Vettel já começa a olhar Räikkönen como seu adversário: “Kimi está com mais borracha do que eu”, preocupou-se o pole em referência à largada. Creio que se fizer a primeira curva na ponta, o alemão parte para uma vitória sem muitos sustos. Kimi melhorou muito? Ô, parece outro piloto em relação ao que fez nos anos últimos de Ferrari. Dá dó de vê-lo sem pole? Até dá, mas passa rápido. Não dá ainda para confiar no emotivo finlandês. E falando em Finlândia, Bottas: “Foi uma classificação bastante simples”. Olha, mai num vejo a hora de a Mercedes voltar a ter dois pilotos.

Desculpe, Rosberg, por tudo que falei de pútrido a seu respeito. Cê era melhor que isso, cara, mal.

Hülkenberg pôs-se em sétimo no grid pela quinta vez seguida. Tem dado um banho sobre Sainz, que agora vem com um discurso de que tem alguma coisa errada no carro da Renault. OK. Tem ali um Pérez em oitavo com uma Force India que dá sinais de renascimento. Ocon larga em 11º. A equipe viu um problema na asa que deixa a traseira ‘flutuante’ e vai consertar a partir da GP da Espanha.

Flutuante, aliás, é o desempenho da Toro Rosso. Mal na Austrália, bem demais — Gasly — no Bahrein e, agora, novamente em queda na China — o mesmo francês mal passou do Q1 e ficou na zona do rebosteio com Sauber e Williams. É a sexy indecisa do ano. E a McLaren, então? Reclamaram tanto da Honda, elogiaram a vinda da Renault, disseram que agora estão no jogo e trololó com aquele quinto lugar enganoso da Austrália, aí vão para o Bahrein e quase Alonso fica no Q1 e chegam na China fazendo joguinho de vácuo na reta… apamerda, vai. O problema da McLaren não tá no que a empurra, mas o que vem fora dela.

Sobre a corrida: Ferrari e Mercedes começam com os pneus macios e Red Bull, com ultramacios. O que quer dizer que Verstappen e Ricciardo podem andar mais rápidos no início, porém param logo. Não creio que serão rápidos o suficiente para sonhar em escalar as posições que pertencem às oponentes à frente. Com os calçados amarelos, a Mercedes até emparelha com a Ferrari, como Hamilton demonstrou no Q2. Mas diante de tudo que foi apresentado, não tem como não ver Vettel como favorito à vitória. É minha aposta. E se ganhar, vai a 75 pontos e abre no mínimo 24 para Hamilton.

Seja como for, a derrota em 2017 ensinou muito a Vettel.

PS1: Para entender melhor o carro-diva Ângela Bismarchi:

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