S18E11 Alemanha 1
SÃO PAULO | E tivemos o modo festa amplamente ativado em Hockenheim: do carro ao piloto. Com uma Ferrari que parece imbatível nas melhores condições e nos melhores braços, Vettel fez a mesma festa que Hamilton quando este conquistou a pole na Inglaterra. Ser o melhor diante do público provoca uma emoção que faz até mesmo o piloto quebrar o protocolo e começar a falar em sua língua natal – como algumas vezes Massa fez em Interlagos, por exemplo.
Vettel possivelmente vive sua melhor fase em tempos de Ferrari e conta com um Hamilton que oscila muito em 2018 – embora a classificação geral não aponte isso; a diferença de 8 pontos não condiz com que os dois pilotos fizeram na temporada. Talvez neste domingo, a vitória de Seb combinada com um provável quinto lugar de Lewis seja mais expressiva.
A oscilação de Hamilton, mais uma vez, se deve a um problema. Desta vez, não houve nenhum envolvimento de Ferrari no balaio. O carro da Mercedes, outrora tão confiável e perfeito, acusou uma falha hidráulica que levou à trava do câmbio. Mas o inglês já não fazia um Q1 bom, não. Foram vários os erros cometidos ao longo das voltas. É como se ele não tivesse totalmente focado ou imbuído em si mesmo. E muitas das coisas extrapista levam a crer isso.
Primeiro, a queixa sobre a comemoração de Vettel na Inglaterra. Hamilton falou em “fraqueza”. É quase incompreensível. Qual foi a cena que o mundo não acompanhou de qualquer desrespeito de Vettel ao celebrar uma vitória na casa do concorrente? Todo aquele blá-blá-blá de Lewis após a corrida, acusando Räikkönen de tê-lo acertado deliberadamente, e que parecia ter ficado para trás com seu pedido de desculpas no dia seguinte vem novamente à tona e demonstra que Hamilton ainda remói infantilmente um fim de semana que deveria ter ficado bem para trás.
E mais recentemente com a informação de que Hamilton vetou Rosberg como entrevistador do pódio. O cara não consegue engolir o ex-companheiro que há um ano e meio saiu da F1, o que explica como sua dificuldade em engolir algo de duas semanas atrás, mas também uma imaturidade nível hard na escala Verstappen – e, também, uma falta imensa do que fazer. Neste sentido, poderia se preocupar em ler o regulamento e entender que empurrar o carro não é permitido. A punitiva FIA vai lhe aplicar uma punição? Ou o que lhe tem acontecido é quase, digamos, um mérito divinal?
É espantoso, também, que a F1 aceite tal ordem. Ela deveria IMPOR Rosberg, na realidade, como o repórter: o cara se expressa bem, está na casa da Mercedes e traria um esperadíssimo encontro entre dois pilotos – um que considera o outro desafeto, outro que passa incólume ao caso. É que agora dificilmente há de acontecer.
Pena…
Gostei da expressão gostosa de espanto de Toto Wolff quando viu Bottas assumindo provisoriamente o primeiro lugar no Q3. Esta aí, ó.
A volta não parecia tão boa, e de repente, catapimba!, lá estava o piloto da Mercedes em primeiro depois de ter acionado o modo festinha. Na sequência, então, Vettel sapateou, mas é válido ver um Valtteri combativo, agora devidamente garantido para 2019. Bottas teve muitos azares neste ano e já deveria estar com uma vitória no bolso. O ritmo de corrida da Ferrari parece melhor que o da Mercedes pelo que foi visto nos treinos livres, então a chance do finlandês é na curtíssima largada. Se deixar Vettel se posicionar em primeiro e abrir mais de 1 segundo até o momento em que o pífio DRS for acionado, é meio caminho andado para mais um amargor.
Räikkönen em terceiro. Como diria ele, OK. Verstappen em quarto. Também OK. Aí vem as Haas, que com os problemas de Hamilton e Ricciardo – vai largar em último –, sobem uma fila. São a quarta força do fim de semana. Fosse uma equipe com pilotos normais, diria que farão uma corrida só delas, mas é claro que alguma coisa eles hão de fazer para cercar a merda. E, então, temos as Renault e Leclerc. Já disse o quanto me espanta ver seu desempenho? Acho que sim.
No mais, a Williams, com Sirotkin, apresentou alguma evolução. Stroll, este aí que vai definir a sobrevida ou de Force India ou de Williams, não vai. Ficou pelo Q1 junto com um horrível Vandoorne – que deve sair da F1 –, as duas Toro Rosso e um Ocon que não costuma ficar pelo meio do caminho.
Não há como não apostar numa vitória de Vettel e numa provável abertura de 23 pontos para Hamilton. Se este tem tanto tempo livre para se preocupar com amenidades, que ele procure uma casa de vodu rapidamente na região e torça para uma quebra ou uma hecatombe contra o rival. Até porque, considerando que a Hungria não é nada boa para a Mercedes, as coisas só tendem a piorar se ele realmente quer ser pentacampeão.
Todo piloto campeão é temperamental, sim, mas no caso desse inglês a coisa pega mais embaixo, ele simplesmente não aceita derrotas, foi apadrinhado pela mercedes desde que veio da gp2, acostumado a ter tudo de bandeja. Por isso tem essa imaturidade toda, de quem está sempre debaixo das asas dos grandões do paddock.
Pilotos da F1 são temperamentais e muito competitivos. Não têm tolerância à frustração. Toda vez que algum deles dá um pitizinho já vem o Victor escrever textão. Ano passado era sobre o Vettel, esse ano Verstappen e agora o Hamilton. Não que não goste do seus textos, te acho um jornalista fantástico, mas você precisa aceitar que os campeões neste esporte são todos assim.
Mais uma vez uma análise certeira, VM!
E esse Hamilton, irmão univitelino do neymala/neymarketing, apenas que separados na maternidade, mas ainda juntinhos na infantilidade e na imaturidade, dois nutellinhas que são, já deu no saco de tanto mimimi.
Tá na hora de alguém chegar na orelha dele e dar um grito:” VIRA HOMEM!!!”
Da ridícula F1, aceitando a demanda do birrento afrodescendente, melhor nem comentar. . .
Essa coisa de o Hamilton se desculpar com a Ferrari pelas redes sociais – que, na maioria dos casos, são um mundo de mentira – é ridícula. Quando o Vettel fez a merda que fez com o Bottas na França, procurou imediatamente o finlandês após a prova para pedir desculpas. Se ele não as aceitou, não coube a Vettel fazer mais nada.
O Hamilton ainda tá na briga. Foram dois problemas seguidos, um na casa dele após conseguir a pole, que realmente devem ter tirado ele do prumo. Mas não acho a temporada do Vettel essa Coca-Cola toda, não. No começo da temporada várias vezes o Raikkonen andou na frente dele e o alemão vem vencendo como sempre as corridas em que ele larga na primeira fila. É preciso ter calma. Num campeonato longoooooo como o atual da ex-F1 é preciso esperar. Até porque a Ferrari vai ter problema também.
Victor Martins, você escreveu seu texto e, com direito, expressou sua opinião. Só acho uma coisa nisso tudo: vocês aq do GP estão fazendo uma crítica pesada com a história do veto de Hamilton a Rosberg, baseando-se numa fonte do “Bild”. Acho que seria interessante primeiro perguntar ao Rosberg se isso, de fato, aconteceu. Não sou jornalista, mas não é crucial da profissão de vocês, que ouçam todas as partes? Até porque só se falou isso no “Bild” e em nenhum outro lugar. Ou então, não seria interessante orientar a repórter que está lá na Alemanha a fazer essa pergunta ao próprio Hamilton. Afinal ela foi enviada lá, para, inclusive, investigar esses fatos. Vocês têm uma repórter em loco e podem fazer esse tipo de investigação antes de lançarem julgamento se baseando numa fonte externa. Abraços!
VM responde: Bild tem ótimas fontes na F1 e tem declaração de Rosberg sobre o assunto. Segue. Abs